O transporte partilhado tem o maior potencial de redução de emissões

“O nosso levantamento das iniciativas de economia de partilha nos países nórdicos mostra que existem várias iniciativas que podem conduzir a melhorias ambientais. A maioria das iniciativas está relacionada com o sector dos transportes, que é o sector onde o potencial direto de redução das emissões é maior. Existe um potencial de redução das emissões de equivalente de CO2 (CO2e) decorrente da diminuição da condução de veículos particulares e da redução da produção de automóveis, bem como de impactos reduzidos na poluição atmosférica local, no ruído, no congestionamento do tráfego, etc., uma vez que a maioria destas iniciativas se situa em cidades onde os problemas ambientais locais decorrentes dos transportes são mais graves.

Analisámos o potencial de redução de emissões das alternativas de partilha que oferecem serviços com preços mais baixos e/ou melhores qualidades em comparação com a posse e condução de um automóvel próprio, mas existem várias outras iniciativas de partilha de transportes que poderiam produzir reduções semelhantes. As iniciativas de transporte/car hailing podem produzir benefícios semelhantes se as pessoas conduzirem menos o seu próprio carro e/ou deixarem de ter carro. Estudos internacionais mostram que os agregados familiares tendem, em média, a reduzir o número de veículos que possuem depois de se tornarem membros da partilha de automóveis, o que indica que um automóvel partilhado pode substituir cerca de 4 a 13 automóveis pessoais. Tendo em conta o potencial aumento das vendas de automóveis novos a frotas de partilha de automóveis e uma maior utilização de automóveis partilhados, as emissões de CO2e poderiam ser reduzidas em cerca de 40 a 140 kg por agregado familiar, por ano, devido à redução da produção e manutenção, etc., dos automóveis. 

Os agregados familiares que substituem o seu automóvel pessoal por um automóvel partilhado conduzem geralmente menos, porque os automóveis partilhados são relativamente menos acessíveis e os custos por viagem tornam-se mais evidentes em comparação com os veículos pessoais, embora os “custos automóveis” totais possam ser reduzidos. Mas alguns agregados familiares que aderem ao car sharing conduzem mais do que antes, uma vez que as viagens anteriormente não realizadas ou realizadas por outros meios de transporte, como os transportes públicos, a bicicleta ou a pé, são substituídas por viagens em carros partilhados. O impacto líquido médio é uma diminuição dos quilómetros percorridos, variando entre 90 kg e 840 kg de emissões de CO2e por agregado familiar por ano, de acordo com os estudos que analisámos. 

Assim, de acordo com estas estimativas, as reduções globais das emissões poderiam situar-se entre cerca de 130 kg e cerca de 1 000 kg de emissões de CO2e por agregado familiar por ano. Estes números são, naturalmente, muito incertos e, uma vez que as estimativas mais elevadas são dos EUA, podem não representar exatamente as condições nórdicas no que diz respeito às distâncias de condução e às emissões por distância. Assim, as reduções de emissões nórdicas estão provavelmente um pouco mais próximas da parte inferior do intervalo do que da parte superior. 

A redução do transporte automóvel poderá também reduzir a procura de infra-estruturas de estacionamento. Além disso, uma maior eficiência do combustível devido aos automóveis mais recentes e, eventualmente, uma maior utilização de automóveis eléctricos e híbridos nas plataformas de partilha de automóveis, em comparação com os automóveis particulares, poderia reduzir ainda mais os impactos ambientais e o potencial de emissões da economia de partilha. “

Citação de Environment and Economy no âmbito do Conselho de Ministros Nórdico

Fonte: Conselho Nórdico de Ministros, A cooperação nórdica é uma das formas de colaboração regional mais alargadas do mundo, envolvendo a Dinamarca, a Finlândia, a Islândia, a Noruega, a Suécia, as Ilhas Faroé, a Gronelândia e Åland.